Como identificar comportamentos que estão freando seu crescimento
Você já se pegou procrastinando em uma tarefa importante, mesmo sabendo que isso poderia prejudicar seu desempenho?
Ou então recusou uma oportunidade de liderança por achar que “não estava pronta”?
Se sim, bem-vinda ao clube da autossabotagem.
A autossabotagem é um dos maiores desafios na vida profissional das mulheres e muitas vezes, sem perceber criamos barreiras que nos impedem de crescer, de sermos promovidas ou de conquistarmos reconhecimento. E o pior: justificamos essas barreiras com desculpas que parecem lógicas. “Não tenho experiência suficiente”, “se eu errar, vou me expor”, “acho que não sou tão boa quanto as outras pessoas”… Soa familiar?
O problema é que essas crenças limitantes se tornam profecias autorrealizáveis.
Se você acredita que não está pronta para liderar, provavelmente evitará se posicionar. Se você tem medo de errar, talvez não se arrisque em projetos desafiadores. E assim, seu crescimento profissional fica travado.
Vamos explorar como identificar esses comportamentos autossabotadores e, como substituí-los por ações que impulsionam sua carreira.
Identificando os sinais da autossabotagem
Antes de qualquer coisa, você precisa aprender a reconhecer os padrões autossabotadores. Aqui estão alguns dos mais comuns:
1. Procrastinação Crônica: se você sempre adia tarefas importantes até o último minuto ou inventa “prioridades” menos urgentes para evitar enfrentar desafios, pode estar sabotando seu sucesso. Muitas vezes, essa atitude está ligada ao medo do fracasso ou da crítica.
2. Perfeccionismo Paralisante: ser detalhista é ótimo, mas se você só conclui um projeto quando acha que ele está impecável, pode estar se autossabotando. O perfeccionismo excessivo leva à demora, ao estresse e à frustração.
3. Medo de Ser Descoberta (Síndrome da Impostora): aquela voz interna que insiste que você não é boa o suficiente e que, a qualquer momento, as pessoas vão perceber que você “não sabe nada”. Isso faz com que você evite assumir desafios, aceitar elogios e se posicione menos.
4. Autodepreciação: usar frases como “eu dei sorte” quando recebe um elogio ou minimizar suas conquistas com “qualquer um poderia fazer isso” só reforça uma mentalidade de inferioridade. E essa mentalidade se reflete no modo como os outros te veem.
5. Dificuldade em Dizer “Não”: aceitar demandas excessivas por medo de desagradar faz com que você se sobrecarregue e não tenha tempo para investir no seu crescimento. Sua energia é drenada em tarefas operacionais enquanto sua carreira fica estagnada.
Como substituir crenças limitantes por ações que impulsionam sua carreira
Agora que você reconhece seus padrões autossabotadores, é hora de combatê-los com estratégias práticas.
1. Pratique a autoconsciência
Diariamente, reflita sobre seus pensamentos e comportamentos. Quando você se sentir bloqueada, pergunte-se: Essa crença é real ou é um medo irracional?
2. Adote a mentalidade de crescimento
Em vez de se ver como “não capaz”, comece a se enxergar como “ainda aprendendo”. Aceite desafios como oportunidades de crescimento e não como testes de competência absoluta.
3. Aplique a regra dos 5 segundos
Se você sente que vai procrastinar, conte até cinco e aja imediatamente. Essa técnica de Mel Robbins ajuda a enganar o cérebro antes que ele racionalize desculpas para não agir.
4. Reescreva seu diálogo interno
Troque frases como “eu não sou boa o suficiente” por “eu estou me desenvolvendo”. O que você repete para si mesma se torna sua realidade.
5. Crie pequenas vitórias
Defina metas pequenas e alcançáveis. Cada conquista fortalece sua confiança e desmonta a crença de que você não é capaz.
6. Cerque-se de pessoas que acreditam em você
Evite ambientes tóxicos e busque mentores e colegas que te encorajam. A autossabotagem diminui quando você tem apoio.
Veja como a autossabotagem quase custou a promoção de uma profissional:
Mariana era uma excelente profissional, com anos de experiência na empresa. Quando surgiu uma vaga para liderar seu time, seu chefe logo a indicou. Mas, em vez de comemorar, Mariana congelou.
“Não sei se estou pronta”, pensou. “E se eu falhar? E se meus colegas não me respeitarem como líder?”
Durante a entrevista para a promoção, Mariana se diminuiu. Disse que “tinha muito a aprender” e enfatizou mais suas fraquezas do que suas competências.
Resultado? A promoção foi para um colega menos experiente, mas que soube vender seu potencial.
Foi só após conversar com sua mentora que Mariana percebeu o que tinha acontecido. Ela havia permitido que a síndrome da impostora falasse mais alto do que sua própria experiência, mesmo construindo todo o seu posicionamento na mentoria.
Determinada a mudar, ela começou a praticar a autoconfiança. Se preparou melhor, assumiu mais projetos estratégicos e, na próxima oportunidade, se candidatou sem hesitar e dessa vez, a promoção veio.
Conclusão:
A autossabotagem é um dos maiores desafios para quem quer crescer na carreira, mas também é um obstáculo que pode ser superado.
O primeiro passo é reconhecer quando você mesma está se impedindo de avançar. O segundo é transformar crenças limitantes em atitudes positivas.
Que tal dar um passo hoje?
Escolha um padrão autossabotador que você identificou em si e comece a combatê-lo. Pequenas mudanças geram grandes impactos.
E lembre-se: você não está sozinha nessa jornada.
Agora me conta: você já percebeu a autossabotagem freando sua carreira?
O que você tem feito para mudar isso?