O CEO da Bolt, Markus Villig, foi direto ao ponto ao convocar seus funcionários de volta ao escritório, abandonando de vez a ideia de trabalho remoto irrestrito. Em um memorando enviado à equipe, ele deixou claro que a empresa precisa “reiniciar sua cultura ambiciosa para competir no topo” ou corre o risco de “cair na mediocridade”. A partir de janeiro, a Bolt exigirá que seus colaboradores trabalhem presencialmente no escritório pelo menos 12 dias por mês – o equivalente a cerca de três dias por semana.
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A decisão veio após Villig expressar insatisfação com a complacência que, segundo ele, se instalou nos últimos anos em relação ao local de trabalho dos funcionários. “Estamos muito dispersos, as pessoas se sentem desconectadas, a rotatividade está alta e nossos escritórios estão vazios”, escreveu Villig. “É uma vergonha para a nossa cultura que menos de 50% dos colaboradores venham ao escritório mais de dois dias por semana.”
O CEO citou exemplos de gigantes da tecnologia como Amazon, Tesla e Apple, que têm implementado políticas mais rígidas de retorno ao trabalho presencial. A Amazon, por exemplo, exigirá que seus funcionários corporativos trabalhem no escritório cinco dias por semana a partir de janeiro. Elon Musk, da Tesla, classificou o trabalho remoto como “moralmente errado”. Já a Apple adota um modelo híbrido, exigindo três dias presenciais por semana.
Villig foi especialmente crítico em relação aos funcionários que trabalham remotamente de destinos paradisíacos. “Vamos acabar com a insanidade de pessoas trabalhando remotamente de lugares como Bali”, disse ele. “Isso é uma viagem de férias, não o que contratamos para fazer.”
Um porta-voz da Bolt confirmou a veracidade do memorando e a nova política, destacando que a empresa acredita que a colaboração presencial impulsiona a inovação e a performance. “Nossa política atual já sugere que os funcionários trabalhem de um escritório da Bolt por 2-3 dias por semana. A partir de 1º de janeiro, essa política será formalizada, com a exigência de 12 dias presenciais por mês. Continuamos ouvindo nossos colegas e comprometidos em cultivar uma cultura que valorize engajamento e inovação, enquanto oferecemos flexibilidade.”
No memorando, Villig ressaltou cinco vantagens do trabalho presencial: elevar o nível de desempenho, melhorar a colaboração, fortalecer os laços entre equipes, facilitar o fluxo de informações e de ideias, e melhorar o bem-estar mental dos colaboradores.
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Com sede em Tallinn, na Estônia, a Bolt atua em mais de 45 países e oferece serviços que vão de transporte por aplicativo a entregas de comida e aluguel de e-scooters. Em 2022, a empresa arrecadou 628 milhões de euros em uma rodada de investimentos liderada pela Sequoia Capital e Fidelity Management, alcançando uma avaliação de 7,4 bilhões de euros. A Bolt também tem planos de abrir capital em 2025.
